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Reflexões sobre divórcio em tempos de Coronavírus

Ascom

China registra recorde em pedidos de divórcio após confinamento por causa do Coronavírus

Xi’am, com 12 milhões de habitantes, capital da província de Shaanxi, região central da China, registrou um recorde no número de pedidos de divórcio nas últimas semanas, segundo o jornal chinês em língua inglesa The Global Times. De acordo com a BBC News, em alguns distritos, os escritórios estão tomados por casais solicitando pedidos de divórcio com uma procura acima da média em cartórios de municípios de outras províncias, como a de Sichuan.

O Brasil começa a viver essa experiência claustrofóbica do confinamento graças a disseminação do Coronavírus. No momento em que a China volta ao normal, casais iniciam uma corrida aos cartórios para a dissolução do casamento. Nesse cenário, fica a pergunta: será que o mesmo fenômeno ocorrerá no Brasil?

Para o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, especialista em Direito de Família e Sucessões, o confinamento altera a dinâmica das famílias brasileiras. Soma-se ao convívio mais intenso entre os casais, enquanto a vida em estado de “crise” ou “suspensão” torna os conflitos mais aparentes.A impossibilidade de pensar no futuro e fazer planos, nos aponta para a impermanência da vida. O drama vivido diariamente explicita essas tensões.  Apesar desse possível cenário, Rodrigo enfatiza que o divórcio não significa o fim da família, mas o fim da conjugalidade.

“Talvez os casais chineses já estivessem por decidir pelo fim da conjugalidade e a pandemia gerou um efeito cascata ao evidenciar seus desejos e dilemas. Nesse sentido, precisamos substituir o discurso da culpa pelo fim do casamento, pelo princípio da responsabilidade. Isso não quer dizer que seja o fim da família, pois esta é indestrutível. Ela foi, é, e continuará sendo o núcleo básico e essencial de formação e estruturação dos sujeitos e, consequentemente do Estado”, ressalta.

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